quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Algumas considerações:

Alguns professores esbravejam quando falamos de tecnologia na sala de aula. Uma das primeiras considerações é de que seria necessário ter mais tempo disponível para a produção de materiais e de que também haveria a necessidade de capacitação antecipada para a sua correta utilização. Além disso, várias vezes eu ouço situações como: “Não ganho pra isso!”.

Pois bem, concordo com todos. Mas também, discordo de todos.

Quando decidi usar a tecnologia na sala de aula, uma situação ficou bem clara para mim: não vou substituir nada, absolutamente nada! Eu vou simplesmente agregar, adicionar e oferecer maiores oportunidades. Fazer mais do mesmo, ou seja, transformar minhas anotações de aulas em simples “Power Point”, não vai fazer com que nada melhore. É pura perda de tempo. Para fazer desta forma, mantenho do jeito que está.

A tecnologia serve para que minhas aulas sejam mais interessantes. Com foco maior naquilo que efetivamente eu preciso. Não perco tempo com apresentações longas, tampouco com sessões imensas de cópias da lousa. O quadro negro das minhas aulas serve para rápidas demonstrações, resolução de exercícios e esclarecimento de dúvidas.  

Tenho muito claro que o primeiro instrumento de apoio que o professor deve utilizar em suas aulas, nada mais é do que o seu livro. Sim, o material principal das minhas aulas é o livro didático. Ganho muito tempo com ele. Os alunos precisam entender a importância que este material tem para eles. Eu sei, muitas escolas têm problemas com os livros didáticos. Mas na medida do possível ele deve ser o companheiro inseparável do professor. Os recursos tecnológicos complementam o processo. Não é o único foco. Minhas aulas continuam sendo de minha propriedade. Sou um professor de matemática que adora conteúdos, adora demonstrações e grandes sequências de exercícios. Isso tudo continua acontecendo, porém de maneira diferente.

Com relação à capacitação dos professores, eu concordo plenamente. Ninguém deve ser obrigado a usar uma coisa que não sabe como funciona. Entretanto o desconhecimento de alguma situação, não faz com que eu deixe simplesmente de usar aquilo. Muitas vezes me deparo com soluções de exercícios em que eu preciso me concentrar um pouco mais. Não desisto, sempre vou procurar por ajuda, apoio e até mesmo a opinião de outros colegas de cadeira. Não tenho vergonha de perguntar. Não tenho vergonha de buscar apoio.


Realmente não ganho “a mais” por isso. Mas, de alguma forma a tecnologia fez com que eu trabalhasse menos. Isso mesmo, hoje eu trabalho bem menos! E eu acredito que trabalhar menos, acaba me garantindo um tempo maior de descanso e lazer, o que de alguma forma, para mim, compensa.